Proteger juízes é fundamental para a democracia

O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima está sendo ameaçado em sua integridade física, isso é inaceitável. A democracia não prospera em situações como essa. Demanda-se ação, já.

É realmente absurda a situação que envolve o afastamento do juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima do caso Carlinhos Cachoeira-Delta.

Segundo o magistrado a sua decisão se deveu a ameaças que estava sofrendo por estar “em situação de extrema exposição junto à criminalidade do Estado de Goiás”.

Isso é inaceitável. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio da destemida corregedora Eliana Calmon, já começou a tomar providências e elas são urgentes, absolutamente urgentes.

Para que a democracia – com a sua amplitude de direitos civis, políticos e sociais – seja mantida e ampliada é necessário um Poder Judiciário forte, independente e com a garantia de segurança de vida para todos os seus membros.

Abrindo aqui um pequeno parêntese isso não quer dizer que penso ser a Justiça brasileira uma das sete maravilhas do mundo moderno, pelo contrário. Como sabemos todos os nossos poderes judiciários têm uma série de problemas, mas não é possível confundir uma coisa com outra.

Não é possível deixar que magistrados não se sintam absolutamente seguros sobre sua capacidade de tomar decisões e não ter a sua integridade física – e de sua família – garantidas.

Esse episódio do juiz Paulo Augusto Moreira Lima tem que ser investigado pela Polícia Federal e a sociedade brasileira devidamente informada sobre tudo o que for descoberto.

PS – Esse caso – que, diga-se – não é o primeiro, apesar de muito emblemático, me fez lembrar a luta da Itália contra a Máfia e a Operação Mãos Limpas na qual pereceram muitos juízes, mas que – com as devidas providências e garantias – manteve a Itália dentro de uma situação invejável se comparada a nossa luta contra essas organizações criminosas que sugam os recursos dos brasileiros.