
Governo busca a resposta padrão: a culpa da repressão é dos próprios estudantes. Não concordo. Foi a incompetência do governo que acabou levando ao problema.
Continuo achando absurda a repressão que o governo do estado do Espírito Santo, por meio do Batalhão de Missões Especiais (BME), infringiu aos estudantes e outros manifestantes no dia de ontem.
Por meio de tweets, comentários no facebook e e-mails recebi diversas manifestações sobre o tema. A maioria quase que absoluta concordou que a repressão foi desproporcional, a atitude governamental, portanto, absurda.
Muitas pessoas destacavam a repressão com que esse governo tratou outras situações: Barra do Riacho (Aracruz) e Gurigica, as mais lembradas, a ausência da ação policial quando jovens estudantes de ensino médio fecharam a avenida Fernando Ferrari para protestar contra as cotas – isso no governo do Senhor Hartung Gomes – me foi lembrada também, a falta de combate ao tráfico de drogas com a mesma intensidade foi outra das mensagens que recebi.
Evidente que não se pode concordar quando os manifestantes destroem propriedade pública ou, até mesmo, a propriedade privada. Em nossa Constituição está garantido o direito de propriedade.
Evidente, também, que não se pode concordar que pessoas fechem avenidas por horas seguidas, impedindo a circulação de milhares de outros cidadãos. O direito de ir e vir também está garantido pela Constituição.
Tudo isso, no entanto, não esconde a incompetência do governo estadual para lidar com o problema e a contradição em relação ao discurso do diálogo.
Não se pode também esquecer, o que claro não justifica mas explica, que a destruição da propriedade só aconteceu – ao menos até onde estou informada – depois que os estudantes sofreram a absurda atitude repressiva.
Ao governo caberia a antecipação do problema, tanto ao longo dos meses em que a tormenta está se construindo, quanto desde cedo nas primeiras horas do dia, quando uma atitude de compromisso poderia ter sido encontrada, mas mandaram alguém que não sabe o que fazer diante de situações como essa: o vice-governador. A hesitação e falta de atitude dele acabou dando no que deu.
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