Uma das coisas mais negativas que percebi ao longo desse processo eleitoral foi a absoluta ausência das entidades estudantis, em especial da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Ao meu juízo isso não ocorre sem razão. É fruto da intensa partidarização e, principalmente, da submissão dessa entidade aos interesses do governo federal.
A UNE perdeu qualquer significado para a vida política, social e econômica do país.
A única utilidade dela parece ser a de formar quadros políticos para o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), alguns acabam debandando como Lindberg Farias (que saiu para o PSTU e depois para o PT) e a de arrecadar polpudas verbas e benesses governamentais.
Esse aparelhamento – que sobrevive desde o retorno da entidade à legalidade, em fins da década de 1970 – só se agravou com o tempo e transformou a entidade numa pálida sombra de sua história. A UNE só sobrevive por causa de seu nome e porque tem um governo que quer aquela entidade para chamar de sua.
Absurdo que num momento de grave ameaça para a liberdade de expressão em nosso país, aquela que seria a voz mais sentida em sua defesa se alinhe contra a liberdade.
Vergonhoso destino de uma entidade que sempre se insurgiu em defesa dos interesses nacionais e que, por meros interesses pecuniários e partidários, para nada mais serve além de garantir sinecuras para alguns dos seus diretores.
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