Escândalo na Maranata

São esses os dois que estão sendo acusados dos desvios na Igreja Cristã Maranata, o pastor e vice-presidente Ângelo Antônio Pereira dos Santos e o contador Leonardo Alvarenga.

É com tristeza e apreensão que qualquer pessoa que tenha sentimentos éticos acompanha a crise que se desenrola na Igreja Cristã Maranata. Como compreender, muitos se perguntam, que pessoas que dizem ser seguidoras de princípios morais tão rígidos possam cometer uma fraude que, segundo publicado no jornal A Gazeta, já chega a R$ 21.000.000,00 (vinte e um milhões de reais)?

Segundo a denúncia, que já chegou a Justiça, mas com um pedido de ressarcimento bem menor, no valor de R$ 2.100.000,00 (dois milhões e cem mil reais), os dois principais envolvidos são o pastor e vice-presidente da Maranata, Ângelo Antônio Pereira dos Santos e o contador da Igreja, Leonardo Alvarenga.

O problema, ao que tudo indica no entanto, não vai parar por aí. O Ministério Público estadual já estuda a documentação e segundo as primeiras observações, conforme divulgado pela Rádio CBN, pastores “se aproveitando da isenção de tributos que as igrejas possuem e da boa-fé dos fiéis, pastores estariam usando bens da igreja em benefício próprio. A lista de prováveis crimes praticados inclui desvio de recursos para o exterior, criação de empresa irregular, contrabando, fraudes ao Fisco e ao sistema financeiro.”

Aí me parece temos uma questão preocupante. Já que as instituições religiosas têm isenção tributária penso que o controle que se exerce sobre elas deveria ser muito mais efetivo. Na verdade me parece errado que se permitam, por exemplo, doações que não sejam rastreáveis. As doações deveriam ser feitas por meio de documentos que permitissem a sua verificação, como por exemplo, cheques, cartões de crédito ou de débito, ordem de pagamento e coisas do gênero.

Mais uma vez se comprova, como em inúmeras outras que já aconteceram, que, onde existem recursos financeiros e materiais, existe sempre a necessidade de controle externo e punição severa, nesse caso da Igreja Cristã Maranata não pode ser diferente.

O Ministério Público poderia aproveitar a situação e estabelecer junto a todas as igrejas alguns tipos de mecanismos de controle para que essas situações não se repitam em outras instituições, isso não é impossível de acontecer.